Discursos de Formatura

 

 

 

Estes são discursos de formatura proferidos por diversas pessoas em diversas ocasiões.
Aproveite as idéias e crie um discurso que se encaixe no contexto de sua formatura!

Discurso de Formatura (Longo)



 

 

Um poeta, chamado Antonio Machado, escreveu:
"Caminhante, tuas pegadas são o caminho, nada mas, caminhante.
Não há caminhos; faz-se o caminho ao andar."

Hoje, aqui estamos, dando mais um passo deste caminho. O mais belo é que cada um de nós encarou esta experiência de maneira diferente. Cada um foi tirando suas próprias lições, de acordo com suas peculiaridades. Nenhum de nós é igual ao outro, assim como não fomos ao longo do curso.
Tivemos os mesmos professores, assistimos as mesmas aulas, freqüentamos a mesma cantina. Mas nos mantivemos em nossas diferenças. E é bem verdade que nem sempre convivemos bem com elas.
O problema era que, como Caetano já nos disse tão bem: "Narciso acha feio o que não é espelho". Porém, pouco a pouco começamos a compreender que talvez não fosse tão feio assim, seria bom darmos uma espiada e começarmos a aprender a lidar melhor com tal heterogeneidade, e perceber o outro como um ser diferente de nós. Talvez seja a primeira lição que se deva aprender em psicologia. E, assim, nos modificamos ao longo deste caminho. Não poderíamos nos manter incólumes, exatamente como éramos no primeiro dia que subimos a escadaria do belo prédio da praça Santos Andrade, seus corredores, suas bibliotecas... as paredes que foram testemunhas das mais variadas conversas, de cada aula dada, observando nossa angústia nos dias de prova, e o sorriso diante do menor sucesso. Cada vez que subíamos aquela escadaria já estávamos diferentes: a Universidade e a Psicologia nos fizeram pessoas novas.
Estamos cientes que pertencemos a uma classe privilegiada. São poucos os que chegam aonde chegamos, muitos vítimas de uma perversa inversão social, porém nos dispusemos a trilhar este caminho, e vencemos muito por nosso esforço pessoal, mas não só a ele. Devemos as melhores condições que nos foram oferecidas às oportunidades que nos foram proporcionadas e que soubemos aproveitar e, finalmente, à instituição que nos concedeu este espaço: a Universidade Pública. Uma Universidade mantida pelo governo federal, que possui os mais variados problemas e virtudes.
Sua função vai muito além do mero informar, pois é o espaço, por excelência, do engendramento e discussão de saberes novos ou já estabelecidos. É nela que deve estar a pesquisa científica, a extensão e o ensino. É nesta tríade, hoje muito ameaçada, que reside a razão desta instituição.
Que há mazelas, quem não sabe? Que carece de uma estrutura funcional adequada, que está se desmantelando pouco a pouco, quem ainda não percebeu? São professores e funcionários, na sua maioria, mal remunerados, falta de verbas para melhoria das instalações e modernização de sua estrutura. Mesmo assim, continua prestando assistência médica, odontológica, jurídica, psicológica, entre tantos outros serviços.
Sim, é verdade que muitas vezes nos decepcionamos com ela, afinal por que as coisas não poderiam ser mais fáceis? Por que vivemos angustiados com a privatização, com a falta de verbas, com alguns professores que deixaram muito a desejar, e que acabaram por nos fazer prisioneiros diante da burocracia envolvida em um processo de exoneração? Mas para que servem as decepções senão para amadurecer o sujeito? Será que não é justamente este universo de dificuldades que nos faz diferentes? Mais sensíveis do que se passa fora da instituição, um pouco mais críticos, ou ainda como nem tudo pode ser perfeito, um pouco mais desesperançosos, com um sentimento de impotência face às mudanças que por falta de cocção ou até por alienação, não nos colocávamos em questão.
Está ou pelo menos deveria estar implícito a todos que, na verdade, nossos estudos não são gratuitos, e que é preciso dar retorno à sociedade, pois não é o estado benevolente que nos concede a graça de freqüentarmos as salas de aula. A educação é um direito de cada um de nós dentro da sociedade que sustenta esta Universidade, que paga por ela.
Existe uma frase de Emanuel Kant que exprime muito do que entendemos sobre educação, que diz: "Tão-só pela educação pode um homem chegar a ser homem: o homem é o que dele faz a educação".
Ao fecharmos esta etapa devemos nos lembrar desta lição de Kant. Aliás, devemos nos lembrar dela dia após dia, se quisermos nos tornar homens melhores, cidadãos aptos a construir uma sociedade nova. É a educação, o grande trunfo para igualdade e a verdadeira democracia. Homens educados são homens que possuem recursos para colocar em liberdade o seu pensamento, e a liberdade maior é a que se conquista através de idéias, que não podem ser destruídas pela força, e que dependendo de sua intensidade, imortalizam-se geração após geração e mantêm vivo aqueles que inicialmente as acenderam.
E afinal, em que consiste este momento senão em um grande "Viva a Educação?" A conclusão de um curso de terceiro grau em um país como o Brasil, com todas suas contradições e desigualdades sociais, significa a própria vitória da Educação: a vitória das idéias. A nossa vitória.
E agora quem somos nós? Consertadores de mentes, ditadores do que é a saúde mental? E o que nos garante que podemos discorrer sobre a verdade do/e para o sujeito?
É bem verdade que não somos seres que estão além dos conflitos humanos ou possuem poderes para desvendá-los e julgá-los, como alguns estereótipos querem passar. Somos gente, que sofre, que chora, que percebe o mundo e aos poucos constata que o ser que se constitui como humano é muito mais complexo que nossa vã filosofia pode supor.
Aqui subvertemos a frase de Kant para reescrevê-la: "Não somente pela educação pode um homem chegar a ser homem: O homem também é aquilo que faz com a educação que recebe". Que nos desculpe o filósofo do imperativo categórico, mas quanto mais tempo passamos nas veredas pouco definidas da psicologia, mais percebemos que o homem é infinitas vezes multifacetado e o seu ser não se constitui como imperativo e muito menos como categórico.
Ele pode apresentar em grupos ou individualmente, ser uma instituição ou um paciente, ter dificuldades com a escola ou com o gerenciamento de um departamento de Recursos Humanos. E cada uma destas instituições vai apresentar a sua especificidade, e cabe a todo o psicólogo colocar-se como agente observador, pesquisador curioso da situação, para depois propor qualquer espécie de intervenção.
Além disso, a psicologia não pode estar alheia à realidade concreta, deve servir aos interesses sociais ou, do contrário, tornar-se-á desnecessária, pois de nada adianta prestar-se a pesquisar o homem, compreender seus mecanismos e comportamentos, se não existir a contrapartida, propor meios eficazes para que tais conhecimentos obtidos possam contribuir efetivamente para a melhoria das condições de vida deste.
O objeto que escolhemos é extremamente imponderado, contraditório, mas é por isso mesmo fascinante, o imprevisível tem um sabor que só pode ser provado por aquele que se aventura.
Não temos garantias, porém podemos seguir a frase que Édipo se deparou no Oráculo: "Conhece a ti mesmo e só assim conhecerá a todos os homens."
Por isso o Psicólogo deve estar sempre prestando atenção em si mesmo, para não cair numa armadilha, onde se pensa que é uma espécie de Deus, que sabe tudo sobre a mente e os comportamentos humanos. Se trabalharmos com o desejo, o nosso e o alheio, e este não é por acaso o nome que demos à nossa turma, devemos respeitá-lo. Portanto a ética do psicólogo deve ir sempre no sentido de respeitar a autonomia do outro, com as opções que ele possa escolher, não ambicionando dirigir a vida deste de acordo com nossa convicções pessoais, pois o caminho, como já dissemos, não pode ser pré-determinado, ele só se faz ao caminhar, e as pegadas desse caminho serão únicas, mas o mais importante é que elas sejam dadas em conformidade com o desejo de cada um.

(Autor Desconhecido)


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